quinta-feira, 12 de junho de 2008

Que se foda o resto do resto do resto de tudo. O restante é o que eu quero.

Não menos longe ------------------ As coisas
que dentro — --------------------------- vêm e vão.
não menos perto ------------------- Deixe-as
que além. -------------------------------- então

Deve ser quase quatro,
--------
O que as palavras,
chuva leve -------------------------
abstraídas, contam:
na cidade, ------------------------ específica agonia,
como pés a esmo, -------------- dor de alguém tão
meus mesmo --------------------
perto, tão distante —
me levam junto -----------------
abstrato aqui —
anos depois----------------------
Ligue, outra vez
mesmo lugar---------------------
pra ela — voz que sorri.
-- --- ------ ---- -----
Diga, tá tudo bem.

(Robert Creeley,
Não / Um Passo / Noite em Nova York / Fone)




Eu espero que alguém diga quando tudo isso
se tornar insuportável.

É desgastante e imprevisto o trabalho
sobre o corpo, sob o tempo.

Eu gostaria de poder falar mais sobre
o que vocês têm a dizer.

Mas às vezes é cair sozinho.
Na cara, pelas ruas, e o resto do resto do resto,
aí então seus corpos saindo da fila para o salto.
Do salto ao chão as partes se articulam, se prometem,
a atenção vai se esgotando, é o impulso de fazer,
colocar a postos, botar pra fora,
e assim pequenas feridas,

o outro nunca será um equivalente.
A fome do outro um dia vai à forra
e o tempo vai chocando os corpos
com mais impulso e uma força acumulada entre-dentes.
Em quantos pedaços estaremos divididos?
Seremos só espaço enquanto houver esta Falta.
E haverá desta forma por muito ainda.
Parece ser assim maquínico, furioso,
mas é esta Falta que nos leva adiante,

para novas referências e outros caminhos nossos,
uma Falta instalada dentro, que parece não admitir
qualquer coisa que se ofereça,
uma Falta ulterior, colocando pessoas como nós
em direção a irresolução,
ao caminho sempre doravante caminho.
Eu gostaria de poder falar mais, mas às vezes


é cair sozinho.
 

4 comentários:

meL disse...

Aqui de cima a visão é desesperadora, pois sei que mesmo se me jogar nunca alcançarei o fundo tão fundo onde vc se encontra.

Chrys disse...

Eu tenho medo.
Algo me segura.
Eu sei o que acontece.
Vocês prometem que vão estar lá quando eu cair?

Anônimo disse...

Resp. Chrys - Sempre

ass. Dé

Anônimo disse...

Resp. Mel - Alcançará, é uma questão de tempo e cigarros

ass. Dé