quarta-feira, 11 de junho de 2008

Planta incli-nada ao meio

Alguns ecos ----------------------Perceba Eu
pequenas peças, ---------------te amo algum
caindo, pó, ------------------------lugar en-

luz do sol, pela -------------------tre dentes e
janela, ------------------------------aos olhos, morda
olhos. -------------------------------Seus mas

cabelos enquanto -------------- tome cuidado
você, fio ----------------------------para não ferir,
a fio, a luz --------------------------você tão

atrás dos ---------------------------pouco quer tan-
olhos, --------------------------------to.

o que ficou de tudo

(Robert Creeley, Alguns ecos & A linguagem)


Continua difícil encontrar uma sala. Chegar a tempo. Parar no meio. Mas agora com os minutos contando, cada um na sala avança. Eu continuo esperando que todos deitem, que todos saiam. Há pó e giz nos pés de todos, as paredes vão desmanchando. Cada um também vai. Estamos todos aqui dentro faz tempo estamos todos aqui dentro faz tempo estamos todos, em círculo. Uma outra voz e tantas outras. Um sopro, um abraço, uma entrada. As luzes acendem e não conseguem se olhar. O suor já está seco, fino pedaço, sobre a pele parte e dentro da boca outra. O que te toca? Quem mexe com teu riso? Eu disse: - De pé! Eu esqueci, estamos em outro ponto. Minha dor precisa de um tempo. O tempo para nós vai se abrindo em dor. Dores recém colhidas num vaso bem úmido. Saiu não voltou. Um. Quantos éramos ontem? Vou contar os segundos. Às vezes ajuda. Acender a luz. Ajuda. Se não saírem antes em algum momento todos acabamos cedendo a alguma coisa que não tem onde eu quero ir não é onde eu posso nos levar para cada ponto que puder torcer nossos corpos é uma forma de tornar lisos nossos olhos. Sorri mais alto, mais rápido - como outra há pouco- agora chora. Três saem em companhia da sala. Estar lá fora de novo a tempo de encontrar a palavra para chamar de volta isto que fizemos e que saiu, sem despedidas ou placas quando atravessava a fronteira. Continua. Agora procuro por mim como a pouco era difícil encontrar uma sala. Encolho até voltar aos meus olhos, fui longe para trazer vocês até aqui. Longe demais na madrugada eu ensaio novas seqüências. Fumo. Fumo. Fumo. Meus dedos ainda tremem uma última vez antes que eu durma. Vira. Não há ninguém aqui para ouvir isto. Não tem importância. Continuo repetindo até adormecer calmo, calmo, calmo.

2 comentários:

Chrys disse...

Guiada.

Ri.

Ultrapassa.

Chora.

Ultrap... Será possível?

Continua. Não pode parar.

Acabou. Pára.

Impressão de inércia.

Chrys disse...

Eu sei.