Esta sendo um processo muito desgastante para mim (acredito que para todos os integrantes, incluindo o apoio) porém acredito que se não fosse tão intenso não teríamos condições de estrear em dois meses.
O grupo "nasce" em janeiro, estréia em março (MIRP 2), apresenta um extrato em abril no Departamento de Artes (UFRN) na segunda semana de Licenciatura em Teatro contanto com a presença de professores de outras Universidades, tais como Ciane Fernandes (UFBA) e Ana Teresa Reynaud (UNIRIO) tudo isso, sem intervalos.
Como já foi colocado, não tivemos praticamente vida social, nosso tempo era dividido entre ensaios diários, reuniões, e processo de montagem. Um mês antes da estréia eu imobilizei meu pé direito, fruto de uma torção (não vinculada ao Disfunctorium) e não pude comparecer por uma semana no processo. Quando retornei me senti completamente perdida, pois como o processo era diário, pode parecer que não, mas perdi muito da evolução dos extratos/experimentos. Essa sensação de não saber o que estava acontecendo passou com o meu retorno as atividades do grupo, porém eu ainda não sabia qual o tipo de excreção que eu gostaria de trabalhar, qual seria a minha mensagem no MIRP.
Foi então que certos acontecimentos (tanto na minha vida, quanto de uma visão geral, digamos "a minha visão geral") e duas conversas em especial, me remeteram ao que eu gostaria de abordar, a banalização dos relacionamentos na "atualidade". Podando sensações, controlando, se deixando controlar, assassinando qualquer afeto inicial, tornando-se uma anulação diária. A imagem mais forte para mim foi o casamento, sendo mais direta a questão da noiva. A preparação para uma nova vida, uma vida a dois (ou mais), preparação para a morte do individual (ou não), a anulação do relacionamento em si, a transformação de um relacionamento afetivo para uma parceria financeira. Pensei inicialmente em uma partitura no chão (me apaixonei por partituras com o auxílio de joelheiras) esta, que eu desenvolvi durante os ensaios e algumas partes em casa ao som de Cocoroise (como Cocoroise inspira!). Montei a partitura com o intuito de no final vomitar em cena, ao meu ver o vômito não seria simplesmente a excreção em si, mas sim toda essa deturpação do belo que se torna cruel, ou mesmo o próprio ser expelindo o pior, que está dentro dele mesmo. Os últimos movimentos dessa partitura me deixariam muito enjoada e tonta, o vômito seria proposital, e em cima do véu (e amarelo !? piada interna xD).
Duas horas antes de o evento começar, ainda estávamos resolvendo questões da cenografia, e eis o "primeiro" stress , os homens responsáveis pela iluminação do evento disseram que não era seguro efetuar a primeira intervenção na qual eu estaria em um balanço pendurado na estrutura do Estação Riberia. Ok, duas horas, pense rápido...
Pense RÁPIDO! ¬¬
Sim, eu fiquei super nervosa, tentaram me ajudar, mas eu precisava fazer isso sozinha, porque tudo o que me indicavam eu achava algum problema. Eu realmente estava muito nervosa. Foi quando eu subi para o sótão da Estação, aonde eu podia ver todo o espaço, e as primeiras coisas que eu vi foram o carrinho de supermercado e o bendito balanço. Desci juntei os dois e amarrei a corda do balanço em um dos pilares. Me senti em uma excreção não realizada, algo que não consegue se dissociar, bem foi a minha viajem.
Mal tivemos tempo de almoçar e já estávamos nos arrumando para entrar em cena. Senti muito stress durante o dia, tanto com pessoas do grupo( a própria ausência de integrantes ) quanto com o público. Eu não consegui vomitar em cena, mas achei que essa energia "ruim" deu um impacto maior para a minha partitura, fiquei mais intensa, e me senti (não sei se foi o caso) mais visceral. Gostei também de utilizar a iluminação local.
O Restaurante/Pop art me deixou com a sensação de "bem-estar" (mesmo com algumas dores no corpo) e o Boliche Humano foi digamos que uma "piada interna" não no sentido pejorativo, mas sim no sentido que só quem participou sabe o quanto foi bom, levamos/lavamos tudo que podíamos, incluindo o stress.
Após esses 3 meses de stress diários tiramos umas “férias” do Processo, infelizmente não dos integrantes pois estudamos praticamente todos no mesmo curso e nos vemos involuntária (ou voluntariamente) todos, sim TODOS os dias (involuntariamente nos dias de semana, voluntariamente nos fins de semana).
Recebemos a proposta de apresentar um extrato na segunda semana de Licenciatura em Teatro. Um dos integrantes estava em Curitiba e chegou um dia antes da apresentação. Ocorreram alguns problemas, mas o que mais tirava minha concentração e ao mesmo tempo me deixava mais animada era a presença de Ciane Fernandes e o fato dela ter adiado a volta para Salvador para ver a intervenção no Departamento. Alex obrigada.
O intervalo do Restaurante/Pop Art para a segunda intervenção foi muito pequeno, quase escasso. Ocorreram algumas improvisações interessantes no Pop Art, mas a segunda intervenção para mim foi mais impactante. Tanto pelo espaço, quanto pelo grupo. Eu tive que adaptar a maioria da minha partitura por causa do espaço, mas eu gostei muito, senti um fluxo maior e a apropriação do espaço resignificou a minha partitura, e a iluminação também ficou muito boa. Com relação ao grupo senti uma, digamos que, união entre todos os movimentos/deslocamentos. No momento eu não percebi, mas tive a oportunidade de ver um vídeo amador, no qual senti o grupo mesmo com os problemas, unido. Cada um “cobria o espaço que o outro deixava”.
O apoio foi/é extremamente necessário. Tanto em apresentações ajudando na montagem, iluminação, sonoplastia, quanto em (tentar) acalmar o resto do grupo. Bem, agora eles já estão tão “adaptados/infectados” que também se estressam. No final da apresentação no Deart eu e Chrystine fomos (sim, não conseguimos nos segurar) conversar com Ciane Fernandes, foi uma conversa muito interessante (fica a dica).
Recebemos a proposta de apresentar um extrato na segunda semana de Licenciatura em Teatro. Um dos integrantes estava em Curitiba e chegou um dia antes da apresentação. Ocorreram alguns problemas, mas o que mais tirava minha concentração e ao mesmo tempo me deixava mais animada era a presença de Ciane Fernandes e o fato dela ter adiado a volta para Salvador para ver a intervenção no Departamento. Alex obrigada.
O intervalo do Restaurante/Pop Art para a segunda intervenção foi muito pequeno, quase escasso. Ocorreram algumas improvisações interessantes no Pop Art, mas a segunda intervenção para mim foi mais impactante. Tanto pelo espaço, quanto pelo grupo. Eu tive que adaptar a maioria da minha partitura por causa do espaço, mas eu gostei muito, senti um fluxo maior e a apropriação do espaço resignificou a minha partitura, e a iluminação também ficou muito boa. Com relação ao grupo senti uma, digamos que, união entre todos os movimentos/deslocamentos. No momento eu não percebi, mas tive a oportunidade de ver um vídeo amador, no qual senti o grupo mesmo com os problemas, unido. Cada um “cobria o espaço que o outro deixava”.
O apoio foi/é extremamente necessário. Tanto em apresentações ajudando na montagem, iluminação, sonoplastia, quanto em (tentar) acalmar o resto do grupo. Bem, agora eles já estão tão “adaptados/infectados” que também se estressam. No final da apresentação no Deart eu e Chrystine fomos (sim, não conseguimos nos segurar) conversar com Ciane Fernandes, foi uma conversa muito interessante (fica a dica).
E para encerrar esse pequeno post, eu não vi mas, dizem que eu caí no momento exato que acabou a música (uhu!) .
5 comentários:
Não consegui colocar as fotos que eu queria, depois eu edito, ou Catarina me mata.
Carol
Pode crer, ficou muito pequeno.
xp
Finalmente!!!!
(Touro->racional)
Bem, já vi que eu serei a revisadora oficial dos posts! ¬¬'
Melina para revisão!!!!!!!!
Vote chapa 1!!!
\o/
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