terça-feira, 1 de abril de 2008

Era uma vez um balde...

Foi estranha e ao mesmo tempo esperada a exposição do nosso trabalho no Departamento de Artes. Pessoas que nos apóiam iam ver nosso trabalho pela primeira vez, Ciane Fernandes que, graças a indicações, estendeu sua viagem um pouquinho mais e acabou nos assistindo e a curiosidade pela reação de pessoas que lidam com performances e intervenções eram os fatores causadores da minha ansiedade.
Tudo ia bem quando aconteceram alguns problemas técnicos que me deixaram confusa entre amizade e profissionalismo, mas no fim fui de certa forma obrigada a optar pelo último e manter a frieza: apresentamos-nos sem um de nossos integrantes. Infelizmente foi uma perda para todos.
Apresentamos fragmentos do que havia sido feito no MIRP2: o Restaurante e a performance que abriu o referido evento, a mais marcante para mim foi a última. È incrível como eu não consigo fazer a partitura criada especialmente para essa intervenção, é sem querer eu acabo fazendo outra coisa quase que totalmente diferente!Foi assim no MIRP2 e não poderia ter acontecido de outra maneira ontem no Departamento de Artes. Pra começar, ao entrar no balde o mesmo começou a rachar, enquanto a música não começava fiquei me concentrando ao som das rachaduras do coitado, esse balde era menor do que o utilizado no MIRP2 então eu provavelmente não conseguiria sair dele já que eu não podia nem me mexer (e o balde rachava...). Eu via sombras de pessoas se movimentando por perto e pouco tempo depois disso a música começou, a saída era quebrar logo o balde, e por incrível que pareça não foi tão difícil. Depois disso eu passei a me movimentar por extinto, parecia que todas as minhas forças tinham ido com o balde e a dor na lombar que já me acompanha há uma semana começou a se manifestar. Mesmo após muitos comentários favoráveis tenho a impressão de que eu parecia estar perdida por que era assim que eu me sentia, me arrastei e depois caminhei em direção aos retalhos presos na árvore, parei e pensei: “o que é que eu faço com isso?”, parei de pensar, e comecei a me enroscar e me pendurar nas tiras de tecido, e como sempre voltei ao chão (é incrível a dificuldade de fazer qualquer movimentação em pé!), pensei de novo:”que nojo!!!” parei de pensar, já estava toda cheia de areia mesmo. O que mais me impressionou foi como estar na areia, perto de árvores me fez realmente me sentir um animal e como todo animal volta a seu ninho, voltei ao balde.
Bem, a falta dos aplausos me deixou intrigada, mas o semblante do público e os comentários pós-apresentação me deram uma sensação de dever cumprido. Agora é só cuidar da limpeza e da lombar!!

2 comentários:

Beto_Leite disse...

Muito Bom!

Quando passei pelo balde, não notei que tinha alguém dentro...

Fiquei reparando no cara que brincava com fogo. De repente notei que todos olhavam para o lado oposto. Foi quando vi aquela coisa saindo de dentro do balde. Rasgando ele como se estivesse "chocando". Tipo um ovo de verme, sei lá!

Achei espetacular!
Parabéns

meL disse...

Espero que esse momento "chocante" esteja no vídeo! :P