segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ante-sala

“I’ve been a moonshiner
For seventeen long years
I spent all my money on whisky and beer

If drinking do not kill me

Then I don’t know what will”

(Bob Dylan, Moonshiner)


Houve quem gerasse as coisas desmembradas, alguém as continua alimentando. Uma viagem distante demais para um corpo que dorme. O que mais nós podemos fazer? Torção, todos os membros. A queda repetida. O suor como uma dor. Uma dor repetida por todos os membros. Caídos de fome, um a um descobrem na saliva a fatia farta, o farelo do que agora já passou. Virá, nós sabemos, de novo vai acabar aqui. Na sala, esta ou qualquer outra. Eu espero, nós todos vamos esperar até que todos no chão levantem. Os ossos vão trincando na fervura, um colapso iminente e mais um passo, porque aqui, diferentemente do bar, cair não vai encerrar o ato. Zero. Qual o nome que se dá para o fim disto? Quando você se joga e fere a si mesmo e mais ninguém. Às vezes já é tarde demais e nós não podemos dizer nada. Out. As patas do cavalo não tocam mais o chão depois que o amarramos com arame farpado à cerca dois anos atrás. Nós de qualquer forma já ouvimos estas coisas e algo as continua alimentando.

2 comentários:

meL disse...

Lendo é como sentir isso tudo de novo.

Chrys disse...

Alimentá-las me alimenta mais do que me alimentar.