Limites do Corpo. Limite dos Corpos.

Até que parte o inconsciente interfere nas nossas ações físicas?
Ou melhor, até que parte ele as controla? Ou ele não tem controle?
Mente e corpo não são dissociados. O corpo não é um simples organismo, e a mente não é onipotente, não pode tudo. Não sem o auxílio do corpo.
Meus pensamentos estavam em outro lugar. Estiveram lá a dois dias. E ainda permanecem.
A vontade de permanecer no workshop ontem, não foi maior do que a súplica que meu corpo fazia constantemente, desde sábado.
A exaustão que vencemos a cada workshop do Disfunctorium, conseguiu me derrubar.
Essa assídua dissociação entre corpo e mente, mente e corpo, me massacrou e me conscientizou ao mesmo tempo. Eu não estava tão cansada, mas essa auto afirmação se contrapunha e me enfraquecia a cada momento em que eu fingia que estava tudo bem.
Não estava. Ainda não está.
Negar a realidade é a pior coisa que se pode fazer.
Eu neguei meus pensamentos tentando reafirmar meu corpo. Como se a minha movimentação deletasse a tempestade em que ainda me encontro. Ameniza até certo ponto, mas não deleta.
Acabei negando meu próprio corpo.
Segundo Vanessa eu tenho que encontrar meus limites. E parar. Saber quando parar.
"Cada um sabe o seu limite". Não concordo. Até ontem eu desconhecia alguns meus. Somente quando perdemos o controle em certas situações conhecemos realmente nossos limites.
Não acho que devemos perder o controle de tudo para saber todos os nossos limites, até porque se perdermos o controle total das situações, não existirá mais nada. Só a morte.
Mas que precisamos escutar o nosso corpo, as nossas necessidades, para chegar a esse tal limite. Sem a consciência corporal essa busca por limites se torna um assassinato.
Devemos usar nosso corpo como um suporte, um auxílio. E não como um peso, um atraso. Me sinto ainda com certas travas, aprisionada nos meus próprios medos. Mas percebi ontem, que eu não consigo suportar o meu peso por muito tempo, como se fosse um escape.
Eu só agüento meu peso, quando ele está a meu favor.

O Disfunctorium está me ensinando muito, agradeço o auxílio, e os amigos que tenho.
Um desabafo.