quarta-feira, 21 de maio de 2008

Acid, booze, needles, guns, and grass

”I've got the spirit, lose the feeling, let it out somehow / What means to you, what means to me, and we will meet again”
(Joy Division)

Cair aqui de novo, começar de um novo ponto, uma dor mais larga ou um espaço menor. Estar agora prestes a uma “confusão de prosódias e uma profusão de paródias” que virão no tempo que vai se encolhendo nu a nossa frente o resto do que há de vir se puder olhe agora da janela eu vejo o mesmo tom de dor entre as pernas, nos braços e depois dizer que de tudo na boca o ponto para dizer a cada um o que de cada um vem e então o tempo de cair e no chão apodrecendo outras coisas irmãs sem a dor do que há de vir suspenso no exato no corpo mito-osmose cansado agora antes que vocês levantem a borboleta, os pés, saltar aquele lugar onde aquilo era sempre e agora apodrecendo na boca o ponto para dizer de outras formas o que espero que para nós não seja assim como eu gostaria de voltar aquele lugar mais brando ovo escuro das coisas-memória mas não há memória para isso que agora eu abro a boca para desdizer isso tudo que quer que seja afirmação, fome, violência, faz tudo assim, impulsiona para a queda antes que levantem convido-os- todos- e atirando-lhes as pequenas bolas, ovário-cânceres, rio rio rasgando a fronte daquilo que era sempre o beijo, a síndrome, o sintoma, uma dor mais larga que virá com o tempo cair aqui de novo.

“Qadós, o inteiro de carne e de pergunta, pára de andar atrás de mim como um filho imbecil. Como queres que eu não pergunte se tudo se faz pergunta? Como queres que eu me proponha ser alguma coisa se a Tua voracidade Tua garganta de fogo já engoliu o melhor de mim e cuspiu as escórias, um amontoado de vazios, um nada vidrilhado, um broche de rameira diante de Ti, dentro de mim?”. (Hilda Hilst, Qádos)

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