quinta-feira, 27 de março de 2008

"A Arte não me sustenta"

O dia da apresentação, 9 de março, data muito aguardada por todos do grupo, iniciou pra mim como continuação do dia anterior, é, quase não dormi, ansiedade, curiosidade, enfim, cada um reagiu de um jeito diferente, o processo foi realmente intenso.Quando acabei cochilando já era tarde, conseguentemente perdi a hora marcada com o pessoal (era às 7, cheguei às 9), pra variar naquela época encontrava-se eu sempre em dia com o meu atraso.

Muitos ensaios, vida social zero (a não ser programinhas - sem ofensa - com o pessoal do grupo, mas isso não conta ¬¬ ), envolvido com muitas perdas, vários trabalhos... É, eu estreei um musical na manhã seguinte ao dia da estréia do disfunct, depois dou uma palestra de como ser assim, uma putinha que trabalha dignamente e não se sustenta!

Estação Ribeira ali, no lugar de sempre. Ufa, pelo menos alguém que não se atrasará! Todo mundo trabalhando, chega eu pra colocar em ordem minhas coisas, além de toda a preparação pro dia: isso envolvia não comer (kkkkkkk), assim eu seria um corpo mais leve na performance que ocorreria mais tarde. Enchi quase 200 balões com meu "nitrogêniozinho" básico do meu pulmãozinho e fui ver os outros almoçarem. Ai, meu DEUS! Já tava quase na hora do evento começar, banhos, maquiagens, roupas, é lá ia eu com Chrys no colo, com minha roupa de verme a la Ney matogrosso fazer a performance "Santa eletricidade", inspirada em uma música de Tom Zé, o verme que maquinava tudo que ocorreria com o Disfunctorium durante a noite, hahahaha!!! Chrys achava que já sabia de tudo que aconteceria sozinha, mas eu sabia também e nem por isso me gabei, hahaha! (pseudo risada maléfica... tá báááummm)

Na performance inicial me senti deslocado do grupo, já que assim que cheguei no local iniciei e todo o resto do grupo (a parte que dava pra eu ver) estava "parado", continuei mesmo assim, desenlinhando ou tentando desenlinhar os fios e ligar todo o maquinário às tomadas, quando a música iniciou, fiquei muito elétrico, subia e descia frenéticamente os andaimes, via a hora cair, era a música que me movia, quando tudo terminou, voltei pro camarim me arrastando sendo alimentando das vozes gritadas dos skaitistas pedindo pra eu sair do meio da rampa!hahah subi me aprontei, e toquei com o Ak, foi podre, enfim....internos problemas, disseram que foi bom...voltando...

Na segunda performance, que rolou mesmo com Catarina toda rasgada (se ela dizia que topava, é claro que eu não negaria), o que eu senti além de orgulho era só cansaço, a performance foi altamente desgastante, até emocionalmente, Catá não para de gritar de dor quando eu arrastava ela pelo chão, mas creio que tudo foi muito bom pra quem viu, mesmo muitos não entendendo nada. Na performance chamada "Quimo" aconteceram várias coisas que fizeram o bolão do grupo ir abaixo(uhu não quebrei nenhuma parte do meu corpo), não pulei do primeiro andar e nem utilizei os patins, pq, vários fatores me fizeram não pular, um era de que eu estreava no TAM no outro dia pela manhã, e outro, o patins teve uma rodinha quebrada logo no ensaiu antes da apresentação, nao teve como ajeitar, por isso, ainda tenho vontade de repetir a performance. A sensação se saltar com os balões das rampas foi incrível e trágica, me deixar as custas da minha arte, que não me aguenta, nao me sustenta, mas por si só, se mantém foi pra mim um tapa na cara qeu reverberou pelo corpo inteiro, no outro dia era só eu achando os rochos pelo corpo. Porém é totalmente consciente essa unilateralidade do aproveitamento, e até quando isso irá durar, eu é que não sei. Vale uma nota, o final da performance, altamente inesperado, me fez refletir muito, pessoas do local e pessoas do apoio do grupo foram pra onde eu estava caido e estouraram os meus balões(que antes tinham sido enchidos pelo meu gás, pelo meu esforço).



Voltei pro pseudo camarim e me arrumei pra cena performática do pop art(resta o errante- é como prefiro chamar), puts, começou a dar umas tonteiras, uma visão ruim, dor no estômago e blahhhhhhh "tudo" pra fora, o vômito fedia, mas era só água, lembro-me como se fosse ontem, yuri olhando pra mim com uma cara estranha(é ele se assustou) pois eu estava numa posição em baixo nível total, olhando pra ele com um olho com e o outro sem lente(parecia um cego) , além do vômito que ainda escorria da minha boca, por fim, não fiz a perforance, fiquei só olhando lá de cima com a maior pena, porque foi a performance mais bela estéticamente. Nesse dia só comi banana e maçã, num aguentava mais. Foi por causa do extremo esforço físico que tudo findou nisso. Já melhor, me joguei litearalmente na performance final que se resumiu em : alívio. Foi muito bom fazer, dá vontade de fazer direto, mas sem a roupa de político! até que a mascará vai...No final de tudo, eu só queria dormir....e comer.

2 comentários:

Chrys disse...

A leveza, não só na dança como em qualquer estância, é uma impressão que deve ser dada através do trabalho corporal do performer/ator/bailarino e não pela falta de comida no estômago.

¬¬

Anônimo disse...

Chrys, pra variar, sem nenhum senso de humor!

.¬¬ chata
mas eu te amo coisa feia!